Nos últimos anos, a cidade de São Paulo deu início a uma transformação radical: um processo de democratização do livro e da literatura construído por seus cidadãos e cidadãs e se tornou∝ referência no país quando falamos de literatura marginal, saraus, slams, edição independente, bibliotecas comunitárias.

A leitura deixou de ser vista, aqui, como um símbolo de pertencimento às altas classes sociais e se tornou um símbolo da luta pela democracia e pela igualdade, com festivais literários no centro e nas periferias, primaveras do livro, book blocs, manifestos, feiras e salões do livro que escapam da lógica tradicional de um mercado que vive uma crise econômica e uma crise de sentido social.

Um dos resultados dessa democratização, construída por toda a cidade, nunca é demais enfatizar, foi a criação do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, lei aprovada por unanimidade na Câmara dos Vereadores e sancionada pelo então prefeito Fernando Haddad, em 2015, que se tornou, também, referência nacional. Construído a partir de um movimento com ampla participação popular, o plano nasceu de mais de 40 reuniões plenárias, em todas as regiões da cidade.

Esse plano, que sofreu com o retrocesso nos últimos anos no espaço do poder público municipal, precisa ser retomado da mesmo forma com que foi construído: com ampla participação da sociedade.

Por isso, nós, militantes do livro e da leitura, autores e autoras, vereadores, conselheiros municipais do plano eleitos em 2016 e que tivemos os mandatos cassados em 2017, leitores, agentes de literatura e trabalhadores das bibliotecas, da mediação de leitura, das universidades, da edição, dos espaços culturais, da educação e do mercado editoral, que atuamos nas mais diversas áreas, convidamos à formação da Frente São Paulo Leitora, com o objetivo de rearticular os movimentos e cidadãos para que a democratização do livro se aprofunde e enraíze.

Precisamos nos organizar, debater e tornar a política do livro uma política de Estado e uma ação da sociedade civil.

Essa articulação é fundamental no momento em que o livro representa, mais do nunca, a liberdade e a busca pela igualdade e pela democracia. Que a aplicação da lei sancionada em 2015 seja colocada na ordem do dia por toda a cidade, para que a gente comece desde já a reconstruir o espaço de igualdade, respeito e debate que o livro simboliza.

Assine o manifesto.

 

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